Caro Eduardo
Borba,
Há pouco tempo tive a oportunidade de
colocar em prática o que pude observar, ouvir e aprender ao longo de nossas
conversas e contatos no Programa de Educação Continuada.
Num dia normal com rotina de curral, coloquei em prática o que havia
participado muitas vezes como ouvinte em suas visitas à Fazenda Cristo. Ao
longo da manhã o gado se mostrou bastante relutante em entrar e caminhar pelo
tronco coletivo e chegar até o tronco de contenção para o manejo. Muitas vezes
refugando a porteira de entrada ou até mesmo empacando ao longo do tronco.
Percebi por inúmeras vezes a utilização do artifício de choque no
rebanho, o desgaste com gritos e esforço físico do pessoal no manejo. Ao longo
da manhã, estive concentrado nos trabalhos ao computador mas observando e
escutando todo o manejo. Percebi o pessoal já bastante estressado e cansado com
os trabalhos. Paramos para o almoço.
Após a refeição e o devido descanso, antes de retomar os trabalhos,
pedi ao chefe do retiro para lhe mostrar e colocar em prática os conceitos que
aprendi no programa. Ele de prontidão se mostrou interessado.
Chegamos ao curral e reuni o pessoal para falar rapidamente sobre
ponto de equilíbrio, zona de fuga e instinto de auto-preservação. Depois peguei
meu instrumento de trabalho: a bandeira,
e todos foram logo dizendo: “cuidado, o gado vai passar por cima de você!”. Eu
disse então para que todos seguissem os meus dizeres e minhas ações.
Logo na primeira tentativa, o gado reagiu tão bem que entrou na área
do embute e lá ficou, mesmo estando a porteira aberta (alívio). E desta
maneira, explicando ao pessoal de trabalho que os animais fariam o que quiséssemos,
desde que logo após eles encontrassem o alívio.
Fizemos a escolinha por três vezes (a terceira experiência se torna um
hábito) e na terceira vez usamos menos mão de obra, não teve um grito se quer e
o gado passava livremente pelo tronco sem para ou refugar. Ao final de nosso
“treinamento” pedi aos vaqueiros a opinião deles, sabe qual foi a resposta?
Precisamos trabalhar mais desta maneira!
Ficou entendido que precisamos saber como o animal pensa e reage
diante de nossas ações. Estão muito interessados em fazer o mesmo trabalho em
outros lotes e eu ansioso para que ocorra este encontro!
Borba obrigado pela amizade e ensinamentos passados, tenho certeza e
convicção que me serão muita serventia tanto para o trabalho como para a vida.
Todos procuramos o alívio, ninguém suporta somente a pressão, quando utilizamos
muita pressão seja num balão, seja no gado ou seja num ser humano... uma hora explode!
Grande abraço,
RubenS
PARABENS, É ISSO QUE SIGNIFICA APRENDER. VC APRENDEU OU ESTÁ APRENDENDO COMO COSTUMO DIZER. SEU TEXTO É ABSOLUTAMENTE CLARO E PRATICO.
NAO TENHO PALAVRAS PARA EXPRESSAR MELHOR A MINHA GRATIDÃO.
É ESSE O PERFIL DE PESSOAS QUE A PECUÁRIA PRECISA.
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