quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Stockmanship - Rubens Coelho

Caro Eduardo Borba,
Há pouco tempo tive a oportunidade de colocar em prática o que pude observar, ouvir e aprender ao longo de nossas conversas e contatos no Programa de Educação Continuada.
Num dia normal com rotina de curral, coloquei em prática o que havia participado muitas vezes como ouvinte em suas visitas à Fazenda Cristo. Ao longo da manhã o gado se mostrou bastante relutante em entrar e caminhar pelo tronco coletivo e chegar até o tronco de contenção para o manejo. Muitas vezes refugando a porteira de entrada ou até mesmo empacando ao longo do tronco.
Percebi por inúmeras vezes a utilização do artifício de choque no rebanho, o desgaste com gritos e esforço físico do pessoal no manejo. Ao longo da manhã, estive concentrado nos trabalhos ao computador mas observando e escutando todo o manejo. Percebi o pessoal já bastante estressado e cansado com os trabalhos. Paramos para o almoço.
Após a refeição e o devido descanso, antes de retomar os trabalhos, pedi ao chefe do retiro para lhe mostrar e colocar em prática os conceitos que aprendi no programa. Ele de prontidão se mostrou interessado.
Chegamos ao curral e reuni o pessoal para falar rapidamente sobre ponto de equilíbrio, zona de fuga e instinto de auto-preservação. Depois peguei meu instrumento de trabalho: a bandeira, e todos foram logo dizendo: “cuidado, o gado vai passar por cima de você!”. Eu disse então para que todos seguissem os meus dizeres e minhas ações.
Logo na primeira tentativa, o gado reagiu tão bem que entrou na área do embute e lá ficou, mesmo estando a porteira aberta (alívio). E desta maneira, explicando ao pessoal de trabalho que os animais fariam o que quiséssemos, desde que logo após eles encontrassem o alívio.
Fizemos a escolinha por três vezes (a terceira experiência se torna um hábito) e na terceira vez usamos menos mão de obra, não teve um grito se quer e o gado passava livremente pelo tronco sem para ou refugar. Ao final de nosso “treinamento” pedi aos vaqueiros a opinião deles, sabe qual foi a resposta? Precisamos trabalhar mais desta maneira!
Ficou entendido que precisamos saber como o animal pensa e reage diante de nossas ações. Estão muito interessados em fazer o mesmo trabalho em outros lotes e eu ansioso para que ocorra este encontro!
Borba obrigado pela amizade e ensinamentos passados, tenho certeza e convicção que me serão muita serventia tanto para o trabalho como para a vida. Todos procuramos o alívio, ninguém suporta somente a pressão, quando utilizamos muita pressão seja num balão, seja no gado ou seja num ser humano... uma hora explode!
Grande abraço,

RubenS


PARABENS, É ISSO QUE SIGNIFICA APRENDER. VC APRENDEU OU ESTÁ APRENDENDO COMO COSTUMO DIZER. SEU TEXTO É ABSOLUTAMENTE CLARO E PRATICO. 
NAO TENHO PALAVRAS PARA EXPRESSAR MELHOR A MINHA GRATIDÃO. 

É ESSE O PERFIL DE PESSOAS QUE A PECUÁRIA PRECISA.

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